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O autoral é político

Gênero identitário acaba sendo tratado como se fosse gênero literário: “ser mulher” significa estar limitada a fazer quadrinho “de mulher”, e assim os livros de inúmeras autoras ficam confinados a seções especiais de obras femininas, sem que ninguém saiba ao certo o que significa exatamente uma obra ser feminina – como se toda obra “de mulher” fosse homogênea, como se toda mulher fosse igual, e como se os temas universais fossem para sempre reservados aos homens, sem que ninguém responda por que por exemplo a maternidade não seria um tema universal, apesar de estarmos todos aqui porque fomos paridos.